Devil May Cry: Sucesso do anime da Netflix faz franquia explodir em vendas — e bastidores revelam por quê

Estreado na Netflix em 3 de abril de 2025 como uma adaptação em anime, "Devil May Cry" rapidamente se tornou um dos títulos mais comentados da plataforma — e um dos animes mais populares da atualidade.

Dante em cena da série animada Devil May Cry, disponível na Netflix.
Dante, o protagonista em Devil May Cry. | Foto: Reprodução / Netflix.

Logo na primeira semana, a série conquistou mais de 5,3 milhões de visualizações, reacendendo não apenas o entusiasmo dos fãs antigos, mas também despertando a curiosidade de um novo público. O impacto foi tão grande que os jogos da franquia, especialmente "Devil May Cry 5", voltaram aos holofotes e registraram um expressivo aumento nas vendas.

Neste artigo, você vai entender como Devil May Cry se tornou um fenômeno recente na Netflix e por que sua estreia foi decisiva para reacender o interesse nos games da franquia. Vamos explorar os fatores por trás do sucesso da animação, os bastidores da produção e como essa adaptação foi capaz de impulsionar vendas e reacender a paixão dos fãs.

Um novo olhar sobre Dante

Ao invés de repetir os eventos clássicos dos jogos, o anime optou por mostrar uma fase pouco explorada do protagonista: sua juventude. Essa escolha deu espaço para aprofundar a jornada emocional de Dante, tornando o personagem mais humano e acessível, sem perder o estilo irreverente que o consagrou.

A narrativa trabalha com temas de identidade, trauma e descoberta, oferecendo um ritmo mais cinematográfico. Essa abordagem agradou tanto veteranos da franquia quanto quem nunca jogou os games, já que o anime se sustenta sozinho, sem depender do conhecimento prévio da história.

Estilo visual e trilha sonora: a nostalgia como ponte com o público

Um dos fatores que mais contribuíram para o sucesso da série foi sua identidade visual e sonora. Desenvolvido pelo aclamado Studio Mir (The Legend of Korra, The Witcher: Nightmare of the Wolf), o anime bebe na fonte da estética dos anos 2000 — a mesma época em que "Devil May Cry" estreou nos videogames.

As referências visuais a filmes como Matrix e Anjos da Noite, combinadas com cenas de ação estilizadas e uso expressivo de sombras e cores frias, criam uma atmosfera sombria e elegante. Já a trilha sonora, com músicas de Limp Bizkit, Evanescence, Green Day e Papa Roach, reforça a imersão nostálgica, aproximando o público que cresceu nos anos 2000.

Essa ambientação não só reforça a identidade da franquia como também amplia seu alcance, ao conectar emocionalmente o espectador com uma época marcante da cultura pop.

Bastidores que ajudaram a conquistar o público

O sucesso da série não veio por acaso. Desde 2018, o produtor Adi Shankar planejava essa adaptação, como parte do projeto "Bootleg Multiverse" — um universo autoral que busca adaptar franquias conhecidas com liberdade criativa, mas mantendo um profundo respeito ao material original.

Shankar, que já havia acertado em cheio com Castlevania, aplicou a mesma filosofia em Devil May Cry: preservar o "DNA" da franquia (combates coreografados, estilo visual forte, humor afiado), enquanto trazia uma nova perspectiva à narrativa.

Outro detalhe importante: a série se inspira também em elementos do mangá Devil May Cry 3: Code 1. O vilão Coelho Branco, por exemplo, surgiu originalmente no mangá e foi reinventado no anime, recebendo destaque entre os fãs pela sua complexidade e carisma.

Na dublagem, Johnny Yong Bosch (voz de Nero nos jogos) interpreta Dante, trazendo uma versão mais contida e em formação do personagem. E uma das participações mais emocionantes é a de Kevin Conroy, lendário dublador do Batman, que empresta sua voz ao personagem Vice-presidente Baines. As gravações foram feitas antes de sua morte em 2022, com total aval da família — e sem uso de inteligência artificial.

Esses bastidores revelam um cuidado raro em adaptações, o que elevou a qualidade do projeto e contribuiu diretamente para sua boa recepção.

A recepção: crítica empolgada, público dividido (mas engajado)

O sucesso da série também foi reconhecido pela crítica especializada: com base em 27 avaliações no Rotten Tomatoes, "Devil May Cry" atingiu uma impressionante aprovação de 96% no Tomatometer. Segundo os especialistas, essa nota alta se deve à fidelidade visual e energética da animação em relação aos jogos.

Print mostra a avaliação da crítica e do público para a série Devil May Cry no Rotten Tomatoes.
Avaliações da série Devil May Cry no Rotten Tomatoes: 96% da crítica e 66% do público.



Entre o público geral, a aprovação é um pouco mais moderada: 66% no Rotten Tomatoes e nota 7,5 no IMDb, com base nas avaliações de milhares de usuários. A diferença de opinião se deve, em parte, a críticas de fãs que apontam que a adaptação se afasta da história original dos games — uma discussão comum em adaptações de jogos para outras mídias.

Impacto direto nos jogos da franquia

O sucesso da animação teve um efeito imediato no interesse pelos jogos da franquia — especialmente em Devil May Cry 5. Lançado originalmente em 2019 para PS4, Xbox One e PC, o game voltou a ganhar destaque nas lojas digitais e físicas após a estreia da série na Netflix.

Segundo dados da própria Capcom, o título ultrapassou recentemente a marca de 10 milhões de cópias vendidas no mundo. Uma conquista ainda mais impressionante considerando que o jogo já estava no mercado há cinco anos.

Esse novo impulso aconteceu por dois motivos principais: o resgate da nostalgia entre os antigos fãs e a curiosidade despertada entre novos públicos que conheceram o universo de Devil May Cry pelo anime. Além disso, a edição aprimorada do jogo — disponível atualmente para PS5 e Xbox Series X/S — se tornou uma ótima porta de entrada para quem quer experimentar a franquia com gráficos e desempenho de última geração. Para quem deseja explorar versões físicas dos jogos, colecionáveis ou outros produtos inspirados na saga, é possível encontrar uma seleção completa nesta página da Amazon dedicada a Devil May Cry.

Conclusão: uma adaptação que acertou onde muitas falham

"Devil May Cry" provou que é possível adaptar uma franquia de games com estilo, originalidade e impacto real. Ao respeitar a essência dos jogos, mas ousar narrativamente, a série conquistou fãs e renovou o interesse por uma das sagas mais icônicas da Capcom.

Com rumores de uma segunda temporada e expectativas sobre Devil May Cry 6, tudo indica que a jornada de Dante está longe de acabar. E, ao que tudo aponta, os fãs estão mais do que prontos para acompanhar os próximos passos.

Fonte: Polygon

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